SOCIALIZANDO

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UM CARA PARECIDO COMIGO!

sábado, 28 de abril de 2012

Dois líderes de uma empresa bem bacana, seus chefes, daqueles empregos que se espera algum tempo acontecer, te chamam para uma conversa no restaurante bem próximo ao prédio que trabalham, o tipo de restaurante que não dá para se frequentar todo dia, no convite estranho, ainda mais estranho vem em acompanhamento um sorriso nunca antes lhe direcionado do segundo chefe arrogante, não que o primeiro não seja, como chefe é chefe, algo de diferente estava para acontecer. De prontidão obviamente o convite por você espertamente é aceito, mesmo que fosse na hora do seu almoço com os amigos ou o parto do seu primeiro filho,,, ( exagero ) ?

 Em um papo agradável, em um almoço pomposo, gostoso de se sentir, no desenrolar da conversa sobre trabalho, o segundo arrogante chefe se inclina para  você e pergunta friamente como se fosse com o dedo apontado para seu rosto, e um nó bem forte em sua gravata: - " Você mentiria por nós? ". -"Mentiria pela empresa que lhe abraçou? - Opá. opá, que acalme-se nada, que história é essa de mentir ? Eu não minto ! Entretanto, que mentira seria? Que coisa iria acontecer, valeria a pena? Talvez fosse somente uma pequena mentira, dessas que não são descobertas pelo motivo de serem tão mesquinhas que ninguém se dá o trabalho para revelar. Era seu emprego em risco, o que passaria pela sua cabeça uma hora dessas? Apenas levantar a bandeira dos - NÃO MINTO EM HIPÓTESE ALGUMA - ou a reflexão inteligente sobre o que poderia acarretar para sua carreira, para suas contas, para seus dependentes, uma resposta insana.

Aquele dia foi apenas um aperitivo, a resposta esperada pelo segundo chefe não era necessária naquele momento, o almoço terminou em sorrisos, pagamento com cartão corporativo e o fim de um emprego tranquilo, somado ainda a um salto para um emprego de incertezas, hipóteses, lacunas não preenchidas.

Daquele dia a frente, o questionamento tornou-se forte com o julgamento da palavra moral. A moral é somente dizer a verdade a todo tempo? É mentir em prol de uma independência financeira? Ele questionou-se bastante, tinha moral, era um homem de moral ?

Não queria mentir, não deveria mentir, passava esse mandamento para seus filhos por herança, fez coisas erradas em um passado adormecido, e perdoou a sí mesmo por achar que poderia ter uma nova chance de coisas certas, sem mentiras, traições e remoço.

Do primeiro as segundo chefe, ficou claro que anseavam uma resposta rápida, os encontros nos corredores ficaram frequentes, um olhar interrogativo por trás de um monitor, um email em palavras obscuras para o mundo, mas em claras e bem alfabetizadas letras para ele. De qualquer forma, precisa primeiro saber o motivo de sua suposta mentira, todavia, para isso, somente passariam o que era após sua promessa de mentir, que cela; era realmente uma cela que vivia e sua numeração era 267, seu ramal, ao menor toque estremecia, era á cobrança? Era a sua busca por ter mentido? Mesmo sabendo que isso não tinha acontecido. Nessas horas a cabeça para um pouco de pensar, nosso cérebro e corpo precisam primeiro sobreviver aos impulsos anormais que estão acontecendo pelo nervosismo e ficamos um tanto sem respostas. Por isso, a calma era imprencendível nesse momento.

 

Em rara decisão tempestiva, abriu a sua cela com o arrastar da cadeira, e levantou para tomar a atitude que poderia mudar um caminho novo planejado a custa de uma promessa. - Por favor,licença,podemos conversar sobre o assunto do restaurante?

- Sente-se, em que posso ajudá-lo? Primeiro chefe. - Quero saber o que precisa que eu fale e pra quem e por ultimo e mais importante, por que? Em um pigarro, originado por uso excessivo de charuto, com as mãos leves e bem tratadas, o chefe primeiro, tocou em seu ombro.

- Rapaz, do que precisa? Quero que diga o que precisa ser dito, o que eu perguntar, afinal eu sou seu chefe. - Sim. Exitou na resposta. - Mas não tenho que falar algo diferente do que é?

Na sala entrou o segundo chefe, o de sorriso atraente para as mulheres, mas a ele, só trazia um final de guerra. - Olá meu caro, atrapalho? 

-Não meu amigo, foi bom chegar, o rapaz aqui parece assustado, veio nos perguntar o que nós queríamos dizer para ele no almoço que tivemos. - Bom, precisamos de algumas coisas de você, como qualquer outro funcionário. Nossa, a confusão se tornou insustentável, sua cabeça fez interrogações por segundos, será que ele tinha se enganado no pedido dos chefes? Isso seria seu fim, uma acusação sem provas, é o mesmo que um advogado sem palavras.

- Desculpe então senhores, pensei que precisavam de algo urgente, me enganei, quando necessitarem de qualquer coisa, estou á disposição.

Bateu a porta e a sua cela parecia o local mais seguro do mundo, trancou-se nela com a cadeira bem apertada á mesa, e o ramal parecia o carcereiro, a qualquer momento poderia mudar o seu futuro.

 

Naquela noite e nos dias que pulavam pra trás, perdurou sua indignação com o seu engano, seu pensamento brotava perguntas somente de: > como pude me enganar, o que aconteceu comigo ? > Sou um fracasso, pensando mal de algo tão simples, coisas que nem aconteceram, até porque, o que eu, meramente eu, poderia dizer sobre algo? Poderia deixar alguém em uma situação ruim?>

 

Seria o final de um conto simples e sem lógica apenas passando a mensagem de um engano, de que as coisas as vezes não são o que parecem e que ainda existem pessoas com moral inabalável...ou quase.

No final daquele mês que tudo isso aconteceu, foram encontrados os dois chefes desaparecidos por 3 dias, sem vida, em um lugar não habitável, em condições nada humanas.

 O motivo? Declarou o rapaz:

- Minha vida era uma cela, meus bons momentos era o sorriso apenas de uma criança, isso não bastava, o meu restaurante era dos funcionários, isso não  bastava, o meu emprego dos sonhos, não  bastava, meus bens; casa, carro e uma geladeira com o que eu precisava para viver, não  bastava, eu queria mais e mais, tentei seu outro mas não consegui, o que adianta uma vida de moral sem lucro? Loucura? Loucura é viver em uma cela sem estar preso, é ser livre estando preso, preso a que? Preso a...é...a um vida pobre.

A mentira que era para ser sustentada,não passava de uma campanha de marketing,afinal o negócio da empresa era esse,e o rapaz confuso,produtor da propaganda,infelizmente,se perdeu,talvez em sua loucura própria ou nos seus valores invertidos.

O que podemos tirar daqui, são vários pontos: Jugamento da moral, entender as pessoas, olhar para sua profissão com outros olhos,  sentir-se bem no que se faz, estar preparado para desafios... e muito mais aos olhos de quem lê.


 AOS OLHOS DE QUEM ESCREVE  : NADA É DE MAIOR GRANDEZA VER UM SORRISO DE UMA CRIANÇA AO TE ENCONTRAR.