SOCIALIZANDO

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UM CARA PARECIDO COMIGO!

sábado, 21 de maio de 2011

Tudo está acabando....
 Dizia chico, contando para o médico. " - Acha que o velho Chico tá louco né? " Dotô, tudo mermo tá cabando, minha mãe sempre murmurava do pedaço de carne da venda – “ Essa carne dava para todos nóis, agora tenho que compra dois disso para dar pra um”. Tudo tá cabando dotô!
Meu mato já não alimenta minhas vaca, minhas vaca já não dão carne nem leite, e tudo começou acaba daqui, da roça, tudo que ia para lá era daqui, acabou aqui, acabou lá.
- Não foi culpa sua Chico nem de ninguém, as coisas se não renovadas, uma nova tecnologia, novos conceitos, acabam.
- Eitá doto! Tu é um homi bom memo. Mas escute o Chico, o que está cabando são só as coisas boa mermo, coisa ruim não, acabou minha chuva, eu sabia quando ela vinha para arar meu plantu, cabo meus bom dia, eu sabia que quem passava na porta do meu sítio me dava : “ Dia Chico!” Agora dotô...Hiii!... Homi, está cabado até meu sossego, minhas ave, meus brechó, não vejo mais cumprir o que seu Buca falava, quando ele prometia que vinha, vinha, Santa Inácia? Prometia mandar água, mandava, falava que um dotô, como o senhor, ia lá no sítio, então ia, seu Buca era bão, nem pedia voto, só fazia e pronto, eu votava por sartisfação. Tudo cabando.
- Pena né Chico? Pena mesmo, mas estamos no mundo começando muitas novidades, muitas coisas iniciando para construção de um mundo melhor.
O que deixava Chico triste eram suas memórias de uma vida bem melhor, por mais que pareça que o mundo evolua em velocidade da luz, quase, muitas coisas boas se foram e não  foram construídas substituições tão boas quanto; uma mesa posta com todos jantando – motivo: Trabalhos com muitas horas, estudar pra sempre, muitas TVs na casa; não se sabe ao certo, porem o moderno tirou isso, acabou com os anos 80 também, viver no passado? Não isso não, viver de contar memórias? Também não, mas deixar o que é bom sobrar, nunca faltar nem desaparecer, faz parte de uma vida de vários CHICOS.

- Dotô, parece não mas o velho Chico já foi moleque um dia, é dotô, fui sim, de barriga grande, calça curta e tudo, dotô, sabia que eu pensava nisso tudinho aqui, nesse seu carrão parado aí, nessa joça de borso que carrega aí pra fala com todo mundo, tinha a mente fértil, pensava memo, si pensava, mas logo tomava uma saraivada na moleira e voltada a lição.
- Então Chico, você já era um modernista.
- Eita doto! Sei que isso não, mas vindo do senho deve ser elogio, mas que sabe homi? Eu vivia bem, sorria que era uma maravilha, já viu homi da cidade sorri? Dotô , ele só sorri pra dinheiro, que é bão, mas hora... Quando eu morre, não será o dinheiro que me recordo, será minhas vaca bonita e forte, meu filho formado, minha velha e seu bolo de fubá, isso me alembrarei, vou sorrir ou não vô dotô?
Sem palavras para o velho e sábio Chico, o doutor, olhou para o seu diploma na parede, e com todo carinho retirou o quadro de lá, ofereceu a Chico. - “ Você velho Chico, apesar de todos os meus anos de estudo, merece também um diploma , diploma de médico por uns dias melhores “.

NEM TUDO NA VIDA SE RESUME A DIPLOMAS, CIDADE GRANDE, PODER TER... CLARO QUE NÃO É APOLOGIA A NÃO TER, CLARO QUE NÃO... É APOLOGIA AO VALOR SIMPLES E DENSO DAS COISAS.

                                                   FIQUE SIMPLES


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