SOCIALIZANDO

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UM CARA PARECIDO COMIGO!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um abraço me trouxe de volta


                                                                  PARTE III


A minha velha, que não era bem minha, mas seria eu feliz que fosse -, que fosse a minha senhora, a senhora que eu pudesse dizer que estava ali, precisando dela e de sua mão quente e enrugada engalfinhada nos meus cabelos bem tratados, e chacoalhasse minhas idéias com carinho de urso, mas bem vindo, do jeito que eu precisava e merecia. Quem dera que fosse minha... achavam que era, muitos diziam que eu poderia pedir o que fosse a ela e  o faria, de comida a um invento louco sem propósito. Uf! Pra que quero tudo, se o mais caridoso e tão simples não se dão conta que não posso possuir. Não...não sou um " pobre menino rico ", não me sinto assim, gosto de algumas coisas que tenho, como todo mundo, preciso de algumas coisas, o que observo e não vejo isso em ninguém, é que nada precisa ser demais; tenho demais, posso demais, pra quê? Isso não é aceito nem no céu nem no inferno. Então, acho que o certo deveria ser em parar na medida da necessidade suprida, jamais demasiada.
Minha cuidadora, esqueci até seu nome, de tanto que a chamava assim, me cuidava, me ajudava, me olhava como seu filho, não sei se era mesmo assim, mas como eu queria que fosse. Gostaria de perguntar se sentia amor por mim. Não entendo muito sobre o grau de intensidade dessa palavra, porem ouvi dizer que é o melhor de se conceder de  alguém para alguém, e se melhor coisa eu tiver dentro de mim, em verdade digo que é isso.
Minha cuidadora, sabe-se lá de onde veio, do que abdicou para estar a meu lado, não sei se veio escrava, por vontade própria ou pelo dinheiro, não... pelo dinheiro não, se é amor que ela tem por me criar; ouvir dizer que amor não se compra, se conquista, brota, evolui de um lugar bom.
O que me falta hoje, incrível, é suprido, em parte, por uma estranha, meus pais... não sei quem são, os conheço, mas realmente não sei quem são. O que querem, se sabem que vivo por trás de toda essa roupa rica, se verificam meu olhar vago com suas ausências, se me chamam de filho ainda.

Meus pais
                                                                
                                                                      CONTINUA






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