Dos acordos
que são feitos por todos locais, mesmo com a assinatura para selar, fechar,
identificar o que ficou acordado, colocar em papel o timbrado que se quer, tudo
começa com as palavras, a negociação, a conversa. Naquele dia ou hoje, ou
agora, como seria se o momento parasse em um jejum de palavras, não, não me
refiro somente a palavra emitida pelo som bocal, cito a palavra até mesmo
gesticulada, a palavra que vem a vida por movimentos, a palavra dotada e vinda
de um desjejum, qualquer palavra, de qualquer maneira, se houvesse... Se
houvesse um jejum.
Um jejum, um
dia sem palavras, sem a comunicação, claro, o ser humano por natureza sempre
consegue uma forma de contornar o que tem dificuldade, isso aconteceria com o
tempo, todavia, hoje, somente se faria presente um dia, um hoje de jejum das
palavras. Ao menos discussões nesse dia seriam evitadas, broncas seriam
adiadas, finais tristes de namoro se prolongariam um pouco mais, mentiras com
menos proliferação de frutos surgiriam nesse dia, a palavra então ficaria contida,
oprimida e rouca, o que tem de bom nisso?
Um jejum de
palavras travaria mau humor de chefe, Briga de transito, canto lírico e aula de
estatística, amenizaria o barulho infernal de promessas que sabemos seu não
cumprimento, apenas um dia, ajudaria sim esse dia a silenciar o som forte da má
fé e me faria meditar um pouco mais sobre quem eu sou, a forma que me expresso, e a medida do alargo
de minha generosidade , o jejum de um dia nas palavras bonitas, porem feias, da
verdade falsa do advogado estreito em respeito a seu juramento. Ajudaria sim um
pouco de jejum para a palavra NÃO á ajuda, um jejum de palavras é preferível a
ouvir palavras invisíveis. Sim, pois visível é a palavra que brota e traz o
sorriso.
Um jejum de
palavras na música será lamentável, na canção boa, palavras hão de sobreviver
ao canto ideal, na composição correta de cada acorde, um jejum na emoção
musical não é um bom requisito, esses e aqueles são uns dos contras ao jejum. O
jejum de palavras deve vir para despertar acessos interditados e colocar ponto
fim em algo falado sem prudência, sem direito de réplica, talvez daí e para
isso sirva o jejum, para ativar o que poderia ter sido exposto na hora certa,
motivar o falante a dar passagem para o mais retraído dizer a que veio, o jejum
serve para policiar e calar a tinta da caneta corrupta ou corrompida pelo
sistema; um dia de jejum, faria das mãos que colocam o livro de aparador, entender
melhor o valor da escrita, perceber que sem palavras, poderia se escrever,
entretanto o escrever depende da palavra, e vice versa, e em um dia em jejum de
ambos, até o mais remoto móvel, notaria a sua falta.
No mundo
mudo, no dia do silêncio, no dia sem palavras, apenas valerá a expressão, a
apreciação, o olhar para dizer o que se pode, o jejum do som e o banquete da
expressão são adversos até que você se prove ao contrário.
Nenhum comentário:
Postar um comentário