O NATAL QUE VOLTARÁ

A forma do Natal talvez tenha mudado, mas o resgate pelas maravilhas dessa velha história dos homens, um dia o será .
                                      sorria você está lendo

Talvez seja a época, me senti assim, estranho, sufocado e confuso, ví nesse Natal, nesse agora mesmo, ontem, umas luzes apagadas,não a da tristeza como muita gente acha que o natal trás, nada disso, gosto do Natal, somente achei estranho o silêncio, correria, gargalhadas, música alta, aquela energia de família grande reunida, um discussãozinha ao menos, nada, um hohoho..!! De um bom velhinho, alguns pais vestidos de vermelho, ví não, confesso, fiquei assustado, bebi mais umas canecas para confirmar se era eu que não deveria ainda estar animado, mas nada, bebi mais um tantinho, fui implicar com alguém da casa onde eu estava, daquela forma, para tirar uma piada, um sorriso, engajei histórias velhas para puxar assunto, os mais idosos sempre contribuem nesse sentido, alargam o que aconteceu e contam em detalhes, e o que foi ontem ? Lembram? Nunca não é ? Incrível isso.

Procurei o cachorrinho da casa para saltar um pouco, colocar um latidos altos, botei umas músicas animadas, um som empolgante e olhei mais uma vez para janela, fiquei a espera, nem sem do que, mas acho que era de companhia entusiasmada, alguém que me gritasse " FELIZ NATAL VIZINHO", mesmo não sendo vizinho, vizinho... mas já que eu estava ali, custava nada. Me senti estranho em não ver coisas vermelhas, comidas sendo carregadas para lá e para cá, carros chegando com famílias inteiras, com jovens que queriam estar com os namorados mas os pais obrigaram a ir passar o Natal na casa dos avós, com a mulher rebolando em seu novo vestido curto e um prato de peru na mão, um homem cheio de sacos com coisas do Saara, da papelaria pequena que não deu tempo para comprar em outro lugar, da mãe gritando - "Falta 20 para meia noite hein, some não moleque !". Senti um fantasma perto de mim da não visita de gente na casa, da campainha tocando toda hora e da bebida gelada a mesa para os convidados passantes de Natal, me sufocou a calmaria das ruas, das pessoas, das crianças, da mulher, do jovem, me senti longe de um Natal que conheci, e no espelho pensei, e daqui a tempos, será que melhora? Existe resgate disso? Um 24 desses volto a perceber o corre corre, o verão dentro da ceia, meus amigos de Natal, as visitas, os presentes pequenos e marcantes, a nuvem de alegria nas toalhas vermelhas, as árvores piscantes e cantarolantes? Preciso sentir isso novamente. Sei que o sapatinho na janela não mais voltará, mas quero ver de novo,da janela, ele o espírito de Natal, correndo, segurando o Chester, levando as sacolas, chegando com sorrisos, me enchendo de hohoho...